21 abril 2016

GUARDA a chuva


 G U A R D A a chuva. gosto do verbo guardar. o quanto, para mim, assume o seu sentido de preservar, de cuidar, de proteger... 

eu guardo muitas coisas. mas não tenho gavetas e armários cheios de tudo. não tenho a casa cheia de tudo sem sentido. tenho a casa cheia de tudo o que faz sentido. uma casa em transformação. onde circula o improviso. o deslumbramento de tudo o que é novo. a transformação de tudo o que é velho. não é uma casa perdida em objectos e espaços cheios de tudo. cada pedaço de tudo tem o seu lugar certo. a sua razão de existir. 

guardo memórias. mas não fico pressa ao passado. gosto de lembrar o passado para compreender o futuro. gosto de recordar esses momentos, essas experiências, a importância das pessoas na nossa vida e na construção de quem somos. 

gosto de cuidar do que amo. amo tantas formas diferentes. de tantas formas diferentes. 

gosto de cuidar do que é belo. gosto de cuidar de todas as formas que despertam, de tantas formas diferentes que às vezes não sabemos explicar o porquê. mas gosto de guardar tudo o quanto guarda em si o significado maior para cuidar. tantas imperfeições perfeitas são tesouros para preservar. e se para guardar às vezes significa sentirmo-nos de pernas para o ar... também é bom olharmos de outra perspectiva... e assim descobrimos um mundo novo


[desvaneios meus]

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Vânia.
Como me identifico com o teu trabalho, aqui vai por isso um beijinhos e um abraço transmontanos.´
Cristina Magalhães.