Durante semanas acordei com o cantar do galo. Mergulhei sobre a terra. Fresei e semeei os campos, não com as alfaias agrícolas, mas com as minhas ferramentas de trabalho: as mãos, os tecidos, as agulhas e os fios.
Em gestos contínuos, persistentes, minuciosos e cuidados, era como se estivesse, eu mesma, a semear também a superfície destas almofadas.
Em breve, já em Maio, será apresentado o novo Projecto da ADXTUR, intitulado “Agricultura Lusitana” e que integrou diversos Autores/Artistas/Artesãos Nacionais, que estarão presentes através das suas obras, na EUNIQUE- Internationale Messe für Angewandte Kunst & Design - Feira Internacional de Art & Design, em Karlsruhe. Eu integrei de novo este fantástico grupo de Criadores e para a concretização deste novo desafio, embora deslocada do território das Aldeias do Xisto, a forma que encontrei, para desta vez me aproximar deste lugar para a criação da minha peça, estabeleci-a viajando pelas imagens aéreas adquiridas à distância de um clique. Assim nasceram almofadas intituladas “semeando a terra nas margens do Rio Zêzere”. Para já aqui fica apenas este apontamento para sinalizar mais um projecto concretizado. Durante semanas foi assim que me senti, uma verdadeira agricultora, percorrendo com os dedos e os fios de linhas, quilómetros de terra lavrada.
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