02 julho 2014

uma andorinha que entra pela janela...


 chego à rua que me vê chegar tantas vezes. subo as escadas de sempre. abro a porta. abro logo as janelas. mesmo com a chuva que ainda surpreende quem sai à rua, com a brisa mais fresca que de vez em quando abraça quem lá fora passeia, aqui dentro, entre tecidos, retalhos e fragmentos de histórias e de gentes e de mim mesma, gosto de ter estas janelas abertas. com linhas percorro caminhos traçados sobre os tecidos. tantos caminhos se cruzam. e no céu. olhando o céu de novo vejo as linhas cruzadas deixadas pelo voo livre das andorinhas. ouço-as lá fora em voos livres sobre a cidade. de uma dessas vezes, uma andorinha entra pela minha janela. voou, rodopiou no ar sobre mim e pousou na minha mão. * 

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