fragmentos de tecidos que nunca deixei reduzirem-se a nada...
recortando as formas em tecido que ia criando, no chão, com os pequenos fragmentos que caiam das formas que nasciam naquele instante, nascia afinal [no chão] também outra linguagem plástica. na altura não prestei a mesma atenção a esses fragmentos. mas, não conhecendo ainda a importância que hoje ganhariam na minha criação plástica não fui simplesmente capaz de os ignorar e deitar fora. juntei-os num saco num caos de retalhos que um dia sabia apenas que iriam dar forma a algo novo. não sabia bem quando e o que seriam mas sabia apenas que sim. por algum tempo assim permaneceram no saco. guardados naquela prateleira lá no alto.
não sabemos ao certo quando volta a acontecer. sabemos apenas que será um dia e sem procurar explicar coisa alguma sabemos quando começa a acontecer. começamos a sentir. ainda sem ter bem certeza de coisa alguma era como se já soubesse que esse vento da mudança estava a chegar. naquele dia, lembrei-me desses retalhos guardados e fui em busca de todos eles. com os retalhos espalhados sobre a mesa olhei-os de novo. aleatoriamente fui juntando alguns. sobrepondo outros. comecei a unir todos eles com os alfinetes. tantos alfinetes mantinham os retalhos unidos de novo como um só. e do caos de retalhos sobre a mesa nasceu uma nova linguagem. uma linguagem que se descobre a cada momento...
de 12 a 20 de Julho estarei na Aldeia do Xisto da Cerdeira a participar, mais uma vez, no Encontro de Arte+Natureza+Património+Gente, nesta 9ª Edição dos Elementos à Solta. na Aldeia vais encontrar as minhas habituais personagens de pano, também à venda na Loja da Aldeia. e pela Aldeia, por todos os recantos que a habitam: nas janelas, nas portas, nas paredes, nas escadas, nas ruelas, nas pedras, nas árvores ou mesmo no chão... a qualquer momento, podes ser surpreendido com algumas das minhas mais actuais criações assim como outras obras dos artistas que também participam.
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