olhar a praia no outono. deixa-me olhar a simplicidade daquele lugar. trás à superfície sentimentos. as simples silhuetas que se avistam na praia salpicada de areia. aqui e ali uma pedra [uma joga como tantas vezes ouvi o avô chamar, um seixo como aprendi a dizer com as gentes do sul].
simples silhuetas de pedra. os tons de cinza. a tranquilidade da sua simples silhueta acariciada tantas vezes pelas ondas do mar. amaciadas pela existência do tempo. simples silhuetas de pedra onde vejo eu simples personagens. olhares adormecidos. olhares curiosos que nos olham também. personagens aconchegados na aparente dureza de uma forma pintada de tons de cinza. personagens acolhidas em pedras com ternura de quem simplesmente as olha com o coração.
desejos que lançamos ao mar de todas as vezes que deixamos o nosso olhar perder-se no imenso manto de água que tantas vezes nos trouxe esperança e tantas vezes levou para junto de si as nossas lágrimas.
Esta é a peça que se encontra a concurso ao Prémio de Artesanato Contemporâneo, na Feira de Vila do Conde este ano, em representação da cidade de Braga.
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