Mais uma jornada… descobrir com vários olhares algumas das silhuetas destas belíssimas cidades de Itália.
Veneza. A primeira paragem. A Noite de Carnaval esperava-se enigmática na Piazza San Marco [mas tinha sido tudo cancelado devido à muita chuva gelada!]. Contudo, o Sol sorriu-nos durante uma tarde de encantamento pelas ruelas labirínticas misteriosamente acariciadas por pequenos canais de água [ainda bem que não estávamos no tempo quente. Parece que o cheiro é insuportável!]. Gôndolas que deslizam apaixonadas em mantos de água [gostaria de cá voltar um dia com alguém especial!].
Hoje, estamos em Roma. O Sol continua a sorrir-nos. Elemento essencial nas fotografias. Água. Outro elemento presente. A luminosidade cristalina das fontes, nomeadamente da Fonte di Trevi, refresca o nosso olhar. Num passeio nocturno descobrimos alguns dos monumentos salpicados por diversos recantos da cidade de Roma. Nessa mesma noite, descobri talentos escondidos em alguns elementos daquele grupo de Jovens Portugueses que um dia, sentados à volta de uma mesa no Shalon a saborear um delicioso chá, decidiram traçar numa folha de papel um itinerário por Itália na tentativa de resgatar as saudades já sentidas por uma amiga que decidira tempos antes ir de Erasmus para Bolonha. E que talentos revelados! Um desfile nocturno [com a lua e as estrelas como espectadores] elegantemente enquadrado ao longo da Scalinata di Spaga. O filme que foi feito desse momento histórico ficará guardado na gaveta das “revelações”, [Caros amigos se o futuro enquanto engenheiros e professores não funcionar, existe sempre outro caminho!]. Lembro ainda [com alguma nostalgia], a forma como essa noite terminou. A travessia gelada por uma das pontes da cidade subitamente aquecida pelo som solitário de um saxofone. Comovi-me naquele instante com aquele busto, “perdido” numa noite gelada, acariciado pela solidão da imensidão daquele céu estrelado.
Com o mapa nas mãos, assinalámos os próximos destinos desta viagem.
Avistou-se a cidade de Florença perto da linha do horizonte. Da outra margem do rio salientava-se a cúpula da Canedrale di Santa Maria del Fiore, na Piazza Duomo e a torre do Palazzo Vecchio. O desejo de contemplar as obras de Boticelli florescia. Ao olhar, o reflexo luminoso do rio e a sombra da Ponte Vecchio reflectida nas suas águas, suavizou esse desejo de contemplação. O coração acelerava à medida que subia a escadaria da Galeria Uffizi. O desejo. Caminhei para a sala que acolhia algumas das obras de Boticelli que sempre me habituei a ver nas tantas páginas dos livros de História de Arte. “O Nascimento de Vénus”. Talvez o mais conhecido. “Primavera”. Aquele pelo qual o meu coração susteve a respiração. O meu olhar, esse, julguei-o perdido por instantes naquela sala da Galeria [se não fossem os constantes movimentos suspeitos de uma portuguesinha a accionar o alarme da Galeria, esses momentos de contemplação teriam sido perfeitamente saboreados!].
A viagem já se escrevia nas últimas páginas de um pequeno caderno de rabiscos.
Bolonha. Aproximava-se a chegada. Encantei-me com as torres da cidade, colocadas lado a lado, estando uma delas, talvez a mais ousada, quase tombada, como se deseja-se beijar a calçada da cidade. Que beleza existirá na torre de Pisa? Depois de ter visto ambas as torres, esta é que deveria pousar majestosamente nos livros turísticos de Itália que viajam mundo fora. Fiquei rendida ao teu encanto.
Com tantas referências aos recantos das cidades que conhecemos lado a lado, não me resta senão desejar voltar. Aqui, neste pequeno recanto, partilho este pedacinho da viagem.
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